sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Para refletir e discutir.....

Poema "A Rua", de Mariana Zayat Chammas.

Para este post, eu escolhi esse poema por ele ser o que mais chega de representar o que é viver na rua.

Quando Mariana fala que a rua é discreta, ela nos mostra o lado anônimo da rua, na qual as pessoas vivem e transitam livremente. Ao mesmo tempo, ela é concreta, é tangível e real.

Já no verso tantas vezes repetidos "E a tristeza de um povo esquecido", a autora remete justamente ao tema foco do blog, que são os moradores de rua, marginais da sociedade, que é fria e omissa.

Essa rua não uma rua bonita, é uma rua "vazia, fria, cinza". Essa rua, ou o povo que nela vive, é solitária e sombria, perigosa.

"A Rua", de Mariana Zayat nos faz refletir sobre as condições de seus moradores, marginalizados e excluídos da sociedade.


A rua

A rua, concreta, discreta
Nos mostra a frieza da sociedade
E a tristeza de um povo esquecido.
A rua, cinza, prateada, concreta,discreta,
Esconde o brilho da lua
Através da escuridão solitária
Nos mostra o pouco caso dos governantes
E a tristeza de um povo esquecido.
A rua, vazia, fria, Cinza, prateada, Concreta, discreta,
Sufoca os sentimentos,
Entristece a felicidade do sorriso,
Apaga o brilho do olhar,
Nos mostra as drogas da vida
E a tristeza de um povo esquecido.
A rua, violenta, imponente, vazia, fria, Cinza, prateada, concreta, discreta,
Acaba com a alma infantil,
A brincadeira com a bola
E a roupa colorida
Que caracterizam as crianças.
Assim, mais uma vez, a rua nos mostra
A frieza da sociedade,
O pouco caso dos governantes,
As drogas da vida
E a tristeza de um povo esquecido.
(Mariana Zayat Chammas)